terça-feira, 4 de julho de 2017

A pior mãe do mundo


Quando vejo as pessoas justificando que não tem mais filhos em função dos custos que envolvem criar uma criança, penso no quanto isto é uma inverdade (na maioria dos casos).
Não, eu não tenho grana de sobra, e meu filho não tem tudo o que ele quer. Aliás, na maior parte do tempo, eu conto com o suporte dos meus pais e dos meus sogros para “criar financeiramente” meus filhos (principalmente com a vestimenta). Mas definitivamente, o que me impede de ter mais filhos não é o dinheiro, é EDUCAR mais filhos.
 
Não sei se as pessoas não falam sobre isso, ou se por não ter filhos a gente só não dá atenção, mas eu realmente não lembro de ver nenhuma mãe ao meu redor passando pelo sufoco que eu tenho passado. Eu estou nível do desespero! Meu filho bate, grita, briga e chora por tudo. E eu? Bom... eu estou fazendo tudo isso de volta: batendo, gritando, brigando, e depois me lavando em lágrimas de arrependimento. E por favor, não me interpretem mal, eu não estou fazendo este desabafo porque quero consolo, elogios, ou porque quero ouvir a clássica frase “tu está sendo a melhor mão que tu pode ser”. Não, eu não estou sendo a melhor mãe que eu posso ser. Eu sei que eu estou sendo a pior mãe do mundo, porque eu sei que eu posso ser muito melhor do que isso. Eu só não sei como. E este é o motivo deste post... Onde estão as mães que assim como eu estão perdidas? Onde estão estas mulheres que assim como eu leem páginas e mais páginas de textos e assistem horas e mais horas de vídeos sobre psicologia infantil, mas que na prática, estão num ciclo de desrespeito e agressão sem saber como sair?
 
Ninguém me falou que haveriam alguns dias (muitos dias, talvez dias demais) em que eu iria me sentir a derrota em pessoa.
Dias em que eu a questionar a minha decisão de ter filhos.
Dias em que eu só iria desejar sumir do mapa.
 
Na minha idealização, eu teria um filho que me respeitaria, mas sem ter medo de mim.
Ele teria momentos de birra, e eu não iria me importar com os olhares alheios.
Ele se descontrolaria às vezes, mas eu iria manter a calma, e ajuda-lo a se acalmar.
Nossos dias seriam divertidos, com muita brincadeira e muita risada, e não tensos, cheios de estresse e energia negativa.
 
Eu quero parar de culpar o meu filho pelos meu sonhos frustrados. Afinal de contas, EU sou a adulta da história, EU sou responsável pelo rumo que as nossas vidas estão tomando. Só que ele está gritando por socorro, e eu não estou conseguindo ajudar.

Como se faz? Como é que funciona isso de ser mãe?